quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Alterações hematológicas em cães domésticos naturalmente infectados por Ehrlichia canis
Observou-se com maior frequência trombocitopenia (87,15%), anemia (77,98%), eosinopenia (64,22%), desvio nuclear de neutrófilos à esquerda (50,46%), leucopenia (24,77) e linfopenia (22,02%). A anemia normocítica normocrômica arregenerativa foi a mais prevalente.
Através deste experimento concluiu-se que apesar não específicos, a trombocitopenia, a anemia arregenerativa, a eosinopenia e o desvio nuclear neutrofílico à esquerda são achados frequentes na erliquiose canina.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
"Anemia da inflamação" ou Anemia da doença crônica
Dos vários mecanismos envolvidos em sua fisiopatogenia, os três principais são: diminuição da sobrevida das hemácias, resposta medular inadequada frente à anemia e distúrbio do metabolismo do ferro.
A hiperatividade do sistema mononuclear fagocitário desencadeado por processo infeccioso, inflamatório ou neoplásico leva à remoção precoce dos eritrócitos circulantes e, portanto, à diminuição da sobrevida das hemácias. Outros fatores como: febre (que pode causar dano à membrana eritrocitária), liberação de hemolisinas (em algumas neoplasias) e liberação de toxinas bacterianas podem levar à condição de hiper-hemólise.
A resposta medular inadequada observada deve-se, basicamente à secreção inapropriadamente baixa de eritropoetina (EPO), à diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à diminuição da eritropoese conseqüente à menor oferta de ferro à medula óssea.
A medula óssea normal é capaz de aumentar 6 a 8 vezes sua capacidade eritropoética e, portanto, facilmente compensaria a diminuição modesta da sobrevida das hemácias. No entanto, não é isto que se observa nos pacientes com a anemia da inflamação. Tal falha do aumento da eritropoese deve-se, particularmente, à secreção inapropriadamente baixa de EPO.
Uma das explicações para essa resposta medular inadequada está diretamente relacionada à ativação dos macrófagos e à liberação de citocinas inflamatórias, que atuam inibindo a proliferação dos precursores eritrocitários e, portanto, inibindo a eritropoese. Além disso, a ação supressora dessas citocinas sobre a eritropoese supera a ação estimuladora da EPO resultando na diminuição da resposta da medula óssea à EPO e à eritropoese.
O ferro é um elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos do organismo humano, desempenhando função central no metabolismo energético celular.
A maior parte do ferro plasmático destina-se à medula óssea. Na anemia da inflamação ocorre distúrbio da reutilização do ferro que se mantém sob a forma de depósito.
Em resumo, todo processo inflamatório crônico é capaz de aumentar a síntese e a liberação de citocinas endógenas que, por sua vez, induzem alterações do metabolismo do ferro e diminuição da síntese da hemoglobina.
A anemia da inflamação caracteriza-se por anemia normocítica/normocrômica do tipo hipoproliferativa com ferro sérico e saturação da transferrina diminuídos e, paradoxalmente, aumento da concentração do ferro de depósito.
A anemia é de intensidade leve à moderada. As hemácias normalmente são normocíticas e normocrômicas. No entanto podem ser observados eritrócitos hipocrômicos em até 50% dos pacientes acometidos e microcíticos em 20 a 50% dos casos. À extensão do sangue periférico, pode-se observar anisocitose e poiquilocitose discretas. A contagem de reticulócitos é normal ou pouco elevada.
A análise do ferro medular revela presença normal ou aumentada de ferro, que se deve, particularmente, ao distúrbio da sua mobilização e/ou reutilização pelos precursores eritrocitários hematopoéticos. A eritropoese encontra-se normal ou discretamente hiperplásica.
Outras alterações bioquímicas podem estar presentes, tais como: aumento do fibrinogênio e da proteína C reativa, aumento da ceruloplasmina, diminuição da haptoglobina, aumento da velocidade de hemossedimentação, aumento do cobre sérico, diminuição da albumina e da transferrina sérica.
Fonte: CANÇADOL, R.D. & CHIATTONE, C.S. Anemia de Doença Crônica.Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. v. 24, n. 2, p. 127-136. Junho, 2002.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Mielograma
O que é o mielograma?
O mielograma é um dos exames que se faz para avaliação da produção de células sanguíneas pela medula óssea. Como a medula óssea está localizada anatomicamente no interior dos ossos, a coleta de material é realizada através de uma punção óssea, sob anestesia ou não, sempre de forma asséptica, e consiste de um procedimento seguro para o animal. Os ossos mais abordados são a crista ilíaca, o fêmur e o úmero proximais.
Quando o mielograma é indicado?
- anemias arregenerativas
- neutropenias persistentes
- trombocitopenias persistentes
- bicitopenias ou pancitopenias
- aumento inexplicado no número de células
- presença de células atípicas no sangue
- hipercalcemia inexplicada
- pesquisa de parasitas, como Leishmania sp
- hiperproteinemia / gamopatia monoclonal (p.ex. linfoma, ehrlichiose, leishmaniose)
- estadiamento de linfomas e mastocitomas
- acompanhamento de quimioterapias
- suspeita de leucemia
- suspeita de hipoplasia/aplasia de medula óssea
- determinação do prognóstico em animais com alterações hematológicas
MV Cynthia Lucidi
Hematologia Veterinária
Graduação na Universidade Federal Fluminense
Residência
Mestre
Membro da American Society for Veterinary Clinical Pathology
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Novos contatos
E-mail Laboratório: laboratorioclinicoveterinario@ymail.com
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Inauguração
Fico feliz em anunciar o nascimento do Laboratório Clínico Veterinário Flávia Uchôa.
Estaremos iniciando nossas atividades em fevereiro de 2009, com o espírito renovado e repletos de vontade, ávidos pelo aprender e dispostos a compartilhar.
Nosso desejo é oferecer um serviço de qualidade, laudos precisos e cada vez mais tecnologia em diagnóstico.
Nosso dever será permanecer sempre disponível, atento às necessidades individuais de cada cliente, possibilitando que o laboratório se torne uma extensão de cada clínica e um importante aliado na batalha cotidiana pela manutenção da saúde animal.
Nossa meta é propiciar a máxima obtenção de informações a partir de cada ítem analisado durante o processamento das amostras, otimizando a parceria Clínico/Patologista e tornando o atendimento cada vez mais personalizado e diferenciado de acordo com as necessidades de cada profissional.
Em nome de minha equipe gostaria de agradecer a confiança e de nos colocar a disposição para o que for necessário.
Atenciosamente,
Flávia Uchôa.